terça-feira, fevereiro 17, 2009

Pó de gente

Hoje tive uma experiência que me fez pensar naquela passagem bíblica "do pó viestes ao pó voltarás" e é isso mesmo, o que resta da gente quando não temos saco (no sentido figurado) nem dinheiro para comprar um terreninho no cemitério, fica dentro de um saco (no sentido literal) para guardar os restos de uma vida, seja ela bem ou mal vivida.
Ou então, para os menos apegados a estas questões mundanas, nossos restos vão para um lugar chamado de fosso coletivo, onde nossos ossos se misturarão ao de pessoas das quais talvez nunca tenhamos nos aproximado por não querer ou porque nunca tenhamos tido chance de cruzar em vida.
Enfim...isso já não vai importar mais, em breve seremos o mesmo pó.
E quando nos faltam palavras recorremos a genialidade alheia:
Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu
Não somos o que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu
Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Ou um capricho do sol
No jardim do céu
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu
Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu

(Simone e Zélia Duncan)