segunda-feira, setembro 28, 2009

Tempestade

Estou devéras cansada, quero paz, quero aconchego, quero paridade, quero entendimento, ou seria melhor dissernimento?
Não sei o que leva as pessoas a quererem reamente algo, ou a não quererem...
Como pode o ser humano ser tão ambíguo? quando não queremos algo temos uma certeza tão absoluta, mas quando está tudo indo bem, quando queremos, tem sempre a pulga, aquela maldita!quando não é posta por nós mesmos, fica no outro a nos ameaçar uma mordida. Por que tem que ser assim? por que o mais fácil tem que ficar mais difícil? por que?
Não sei o que se passa na sua cabeça, não sei quem foi que te machucou tanto, mas não serei eu a receber as mordidas, não serei. Eu estou pronta, estou livre, não quero problemas, quero soluções, quero o simples, o diário, o cotidiano, igualzinho a todo mundo, com os prós e os contras que isso possa trazer. Cansei de me auto superar, cansei de ser diferente, quero ser igual, porque afinal o destino de todos é igual não é? porque terei eu que ser a mártir? mártir de que? de quem? para que?
Não quero mais questionar, racionalizar, entender. Quero viver, um dia após o outro, mas fazendo planos sem culpa porque só não faz planos quem não vive, porque cansei de me culpar por fazer planos, porque fazer planos é bacana e nos torna próximos do saudável, para muitos uma idiotice isso tudo, mas para mim neste momento é algo essencial.
Fazer planos, vislumbrar, sonhar e assim continuar a viver.




sexta-feira, julho 03, 2009

Como será?

Sensação de tristeza que às vezes bate, uma solidão imensa, uma dor por não poder fazer mais, por não poder adiantar as coisas, por não conseguir visualizar o pote, não um pote cheio de ouro, mas cheio de esperança, de resoluções, de paz.
Queria tanto poder ajudar mais aos que amo, queria tanto poder me ajudar mais. Ensino aos outros que quem queria não quer mais...mas como diz o ditado " em casa de ferreiro o espeto é de pau"...
Tem alguns quereres que se misturam, se confundem e tudo fica turvo. Não saber o que queremos ao certo pode nos levar a lugar nenhum e sigo parafraseando outra citação alheia. Só sei que isso não é coisa para se sentir em uma sexta-feira à noite, não é mesmo. Quero paz, quero chegar num fim de semana e não pensar em coisas tristes, quero poder compartilhar só textos felizes, de recomeço, de vida nova, de dias felizes, mas eles andam escassos.
Creio que felicidade é um conjunto, como num daqueles cubos mágicos, e se você não consegue resolver a sequência, a tal felicidade não aparece direito, fica sempre faltando um pedaço, sem o qual não nos é permitido tocar, sentir e nem chegar muito perto de tal sensação.

sábado, junho 13, 2009

Tempo, tempo, tempo

Tanta mudança em pouco tempo!
O trabalho sonhado, a estabilidade desejada. A esperança trazida e passada adiante, reproduzida.
E aqueles olhares curiosos, sedentos de um futuro que, no que depender dela, virá.
Bom chegar até aqui sabendo que foi mantida a essência, a crença. Houve revisão de (pré) conceitos sim, teve aperfeiçoamento com certeza. Mas lá dentro ainda há aquela menina polida, chata até, com manias chateantes para alguns, angustiantes para outros, aquela cara amarrada enfiada dentro de um livro, aquela menina que tinha mania de estudar, coisa que não era bem vista no meio em que vivia...e ela era toda coração, coisa que poucos sabiam, chorava por qualquer cão, chorava por pessoas cãs, chorava por não poder mudar o passado, mas sabia que poderia fazer um futuro melhor e mais feliz. Não há dúvidas de que veio melhor, não há dúvidas que também teve que rever o conceito de felicidade, diz não ter do que se arrrepender, de nem um erro sequer, de nem uma surtação, choração, piração, não se arrepende de nada, ou quase nada...ela ainda tem na memória aquele dia em que fez alguém que amava muito chorar de soluçar por puro egoísmo adolescente e hoje quando lembra ela chora de soluçar também...talvez ela creia (sem muita certeza) que não deva se arrepender disso pois dessa forma aprendeu a nunca mais querer magoar ninguém dessa maneira.
Ela guarda o bom também, faz reciclagem, joga fora tudo de ruim que consegue . Agora ela é uma mulher, polida ainda, toda coração ainda, um coração mais robusto porque se encheu de tanta emoção, de tanta coisa boa, de tanta gente boa, tanta vida, tanto aprendizado, tanta oportunidade, tanto recomeço...

domingo, abril 26, 2009

Um cachorro vira-latas

Um cachorro vira-latas que caiu da mudança, é assim que me sinto hoje. Entendo neste momento como deve se sentir um pobre animalzinho que de repente se vê abandonado pelo seu dono que não via mais serventia neste companheiro. Sim eu sei, minha vida está ótima, tenho o trabalho dos sonhos, os amigos para a vida toda, uma casinha aconchegante que aos poucos vou moldando e colocando o que preciso....mas ainda falta algo, ainda falta. Algo que procuro ensandecidamente, erradamente. Erroneamente talvez.
Em meio a tantas mudanças boas não sei porque me sinto assim ainda. Carência? Querência? Vazio... e aquele sonho Doriana, medíocre, popular até, que não me deixa. E todos dizem: "Calma que já já acontece". Será? Espero que sim. Solidão é algo inexplicável e nada tem a ver com bens materiais, com amigos, com gente. O que sei sobre solidão é que ela é algo que sentimos de vez em quando e que dá uma dorzinha incômoda, dessas que nos fazem ter estes questionamentos bestas num domingo a noite, que nos fazem procurar números na agenda, nos fazem tentar resgatar coisas e pessoas que devem ficar lá onde estão, pois este foi o destino delas.
Saudades desmedidas, palavras incontidas. Só me resta tentar me afogar numa caneca de chá de camomila ouvindo Nandinho cantando aquela música linda que tem um trecho que amo: " Há sempre a pequena chance do impossível rolar..." e essa síndrome de vira-latas há de passar.



quarta-feira, março 25, 2009

Ella e o Desejo

Ella já sabia que as coisas não iam bem em seu atual relacionamento, mas continuava insistindo, talvez por medo da solidão, por costume ou por achar que tudo ia se acertar, mas sabia que o fim se fazia próximo. Só precisava de um motivo forte. Foi então que o viu passar, era o Desejo. Ella já o conhecia de um passado não muito remoto, já havia fugido dele, sabia que era bom, sentia nele a força das cores quentes de um quadro de Miró e a sensação de volúpia dos personagens enamorados num filme de Almodovar, embora soubesse que tudo podia caminhar para a personalidade doentía destes também...
Mas o estrago já estava feito e o encontro entres eles foi inevitável. Ella o adorava e o temia, sabia que havia algo fugidío nele, sabia que o Desejo poderia traí-la, mas entrou, rapidamente, de corpo, alma, coração. Pois eis que o Desejo se amedrontou, talvez por ser tão acostumado a ser sufocado, escondido e muitas vezes até amaldiçoado, talvéz também por querer algo mais ameno que ele, ou por temer alguém que o aceitasse com todos os seus poréns. A vida é assim, temos medo do novo, pânico do desconhecido, somos acostumados desde muito cedo a querer segurança, mesmo que morna.
Mas Ella esbravejou, com toda a intensidade que dormira há muito dentro de seu intímo, cansada de agir contra si mesma por conta de uma sociedade medíocre que só aceita o falso, o que age de modo diferente do que quer, por uma convenção que dita que o ser humano só quer quem o repudía, só quer quem age diferente do que acredita. Ella não acretida nisso, Ella crê, ainda crê que o mundo é feito de trechos de música e poema, como Lulu Santos naquela música que diz acreditar num mundo "com gente fina, elegante e sincera, com habilidade prá dizer mais sim do que não".
Ella então resolveu amedrontá-lo mais, dizendo tudo, agindo. Mas o Desejo não pareceu estar disposto, se acostumou mesmo a acreditar que a vida é assim mesmo e que gente como Ella pode trazer problemas. Ella, num momento de lucidez, propôs um tempo para que o Desejo pensasse, relevasse, não fugisse assim, mas Ella acha que o Desejo não cederá.
O Desejo ainda argumentou que Ella já se acorvadou outras vezes e ele com todo bom senso que cabe aos medíocres, aceitou. Mas Ella tentou....pena que não foi desta vez.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Pó de gente

Hoje tive uma experiência que me fez pensar naquela passagem bíblica "do pó viestes ao pó voltarás" e é isso mesmo, o que resta da gente quando não temos saco (no sentido figurado) nem dinheiro para comprar um terreninho no cemitério, fica dentro de um saco (no sentido literal) para guardar os restos de uma vida, seja ela bem ou mal vivida.
Ou então, para os menos apegados a estas questões mundanas, nossos restos vão para um lugar chamado de fosso coletivo, onde nossos ossos se misturarão ao de pessoas das quais talvez nunca tenhamos nos aproximado por não querer ou porque nunca tenhamos tido chance de cruzar em vida.
Enfim...isso já não vai importar mais, em breve seremos o mesmo pó.
E quando nos faltam palavras recorremos a genialidade alheia:
Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu
Não somos o que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu
Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Ou um capricho do sol
No jardim do céu
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu
Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu

(Simone e Zélia Duncan)

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Sombras

Sensação conhecida, porém pouco aceita, pouco sentida também. Falta algo, falta continuar, falta concluir. Dizem por aí que para quem não tem nada pouco basta. Discordo. Ás vezes vem a sensação de furto, de que há algo sendo furtado. Há alguma força dificultando. Teste de resistência.
Teste de resistência são os acometimentos pudicos de limpar a mente de tais pensamentos. Sei que para muitos o pouco de alguns é de infinita grandeza e lembro do Conto da Caverna de Platão e penso também que talvez a ignorância seja uma dádiva. Não quero meio romance. Não quero meio conforto. Não quero parabéns por ter fugido do óbvio. Não quero mais uma 'pá' de coisas meia boca. E invariavelmente nossa consciência grita, fala conosco como se fosse outra pessoa. Pior, outra pessoa com dupla personalidade que ora faz o discurso humilhante: ‘Pra quem é, meio basta...’ ora faz o discurso judaico-cristão: 'agradeça tudo o que tem..’
Quero mais, mereço mais. Já é hora.
Pensamentos sombrios.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Tudo Novo de novo

"Ano novo vida nova" frase esta que muita gente gosta de dizer, talvez como um rito de passagem, como se a frase, ou a passagem, ou o próprio ano novo, tivesse o efeito de transformar nossas vidas.
Acho que ou estou ficando muito velha, ou melhor, muito madura, mas começo a questionar isso, embora eu mesma seja uma destas pessoas que sempre se empolgam com a tal renovação que virá depois da meia noite. A grande questão é que quando vamos lá olhar pra ver se o bicho papão foi embora, ou se o espírito do ano novo trouxe resolução para os velhos problemas ou idéias novas para encararmos a nova fase com os tais velhos problemas e constatamos que não...a única coisa 'nova' mesmo é o ano.
Sei que é meio pieguice querer acreditar que vou encontrar a solução dos meus problemas numa caixa com um laço bem grande prateado e um cartão bonitinho remetido pelo Ano Novo, mas queria que a sensação de renovação, esperança e novidade permanecesse por mais alguns dias...
O fato é que o ano novo ta aí e ao invés de trazer resoluções, idéias e novidades ele pede como uma criança chorona, ele precisa que coloquemos em prática as promessas feitas para quando ele chegasse e ficamos tentando prever como será o decorrer deste ano que logo deixará de ser novidade e já já estaremos planejando o novo ano que irá mudar nossas vidas e renovar nossas esperanças como num ciclo, como numa catarse...
Que este ano novo me ajude a ter bom senso, habilidade e paciência, isso já me ajudará a resolver boa parte do que eu esperava que ficasse lá no ano velho.