segunda-feira, outubro 30, 2006

Decepção

Decepção, eis a palavra feia, ela é a do dia, tinha pensado na palavra encantamento, mas a deixei fugir dia desses por mera distração, isso não pode mais acontecer.
Hoje estou nesta palavra, aliás, com esta palavra me perseguindo, já tentei excluí-la de minhas idéias, substituí-la por tentativa, coragem, recomeço... mas ela insiste,uma porcaria mesmo! O pior é que estas palavras feias começam a trazer outras que pouco ajudam como tristeza, choro... por isso estou escrevendo, pra ver se ela sai.
Tentemos a coragem novamente, comecei a escrever há pouco tempo, ou melhor, comecei a ter coragem de mostrar o que escrevo antes de rasgar faz pouco tempo, e o que me deu mais coragem ainda é que muitas pessoas gostaram de meus escritos, isso me leva a ter esperança de escrever mais e melhor.
Já defini algumas questões sobre meu tipo de texto, sei que serei cronista, mas meu estilo ainda está nascendo não sei defini-lo ainda, só sei que todos os dias as palavras têm se aproximado mais de mim, surge uma palavra relacionada ao meu dia, pode ser no começo dele ou no fim, e ela fica pedindo pra ser escrita, pra se tornar um texto, às vezes a deixo escapar como foi com o encantamento, me policiarei para que isto não ocorra mais, não é justo perder um texto.
É, mas a tal decepção ainda está aqui, por mais que apareçam algumas outras palavras compostas como ‘tudo bem’, ‘ você tentou’ ou até uma frase inteira do tipo ‘amanhã é outro dia’ a palavra decepção está lá grudada, não sai.
Só quero entender o mecanismo que leva a uma palavra como sonho, por exemplo, ou aposta ou ainda crença, virar outra tão diferente.
Acho que por hoje não escrevo mais, estou muito lagarta, espero amanhã acordar borboleta novamente, ainda que nostálgica, prefiro ser uma borboleta.
Borboletas têm uma simbologia romântica, fugaz, lembram fim de tarde, liberdade, sonhos, enfim tudo o que eu gosto e quero acreditar, mas toda borboleta um dia foi lagarta e deve ter doído esperar seu dia de borboleta chegar, mas fazer o que? é a lei natural da coisas e temos que aceitá-la para depois compreendê-la, assim como eu disse no texto anterior.
Vou ficar aqui me cobrindo com meu casulo para ver se amanhã acordo borboleta de novo, quem sabe uma mais bonita.

Julho/06

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