segunda-feira, outubro 30, 2006

Perdição

Ah a perdição! Essa idéia confusa, perturbadora acima do sim e do não que não ouso chamar de amor, muito menos de paixão, pois estes já passaram por nós.
É uma confusão, mistura de querer, medo, imprudência, demência, que chega ao absurdo de nos deixar inertes, ficando só o barulho do coração, apressado, perdido, desesperado a espera do próximo segundo, na angústia de querer saber o que fazer depois.
Nós somos perdidos, sem destino, sem eira, tentando, esperando, desejando algo que nem sabemos o que é direito, mas que sem dúvidas sentimos quando cruzamos determinadas pessoas na vida, pessoas estas que racionalmente, prudentemente, não aceitaríamos, nem chegaríamos perto, afinal como diz o velho e ‘caquético’ ditado: “o seguro morreu de velho”.
Pois, então, quando entramos nesta confusão da alma nem queremos saber ou pensar neste tal seguro, pensamos sim que não queremos mesmo morrer velhos e infelizes, podemos talvez ir embora desta vida, com algumas cicatrizes e hematomas, mas teimosamente e definitivamente queremos muito isso, queremos este tal momento, o agora.
Queremos não pensar no amanhã, na maldita prudência nossa de todo dia que nos defende...
Desejamos quebrar a cara, talvez, por um único e fugaz momento como este.

06 Junho/06

Um comentário:

A Libélula disse...

"Amor! Ah, o amor. Eu quero porque quero da vida". (Oswald de Andrade)